[Imagem: REUTERS/Nacho Doce]
Não são apenas os atletas que, em suas vitórias ou derrotas, tiram lições das Olimpíadas. O que se passa nos jogos pode também ser aplicado em outro ambiente igualmente competitivo – o empresarial.

Os paralelos traçados entre o mundo dos esportes e a vida corporativa costumam embasar palestras e cursos ministrados por nomes como Bernardinho, do vôlei. Há lógica nesse tipo de relação: conceitos como os de liderança, planejamento estratégico e trabalho em equipe são a razão do sucesso tanto em quadras, campos e tatames como em salas de escritório.

A medalha de ouro do ginasta brasileiro Arthur Zanetti é um bom exemplo de como a busca constante de novas competências, aliada ao equilíbrio mental, leva aos melhores resultados. O próprio Zanetti creditou seu lugar mais alto no pódio a estratégia e concentração.

Após conquistar, no ano passado, a medalha de prata na categoria argolas masculino do Campeonato Mundial de Ginástica Artística, o ginasta e seu técnico, Marcos Goto, optaram por treinar séries de movimentos mais complexas e trabalhar o aspecto psicológico para suportar bem a pressão nas Olimpíadas. Resultado: vitória em Londres.

Para o funcionário de uma empresa, a medalha de ouro pode equivaler a uma promoção ou a um aumento salarial. E atingir esses objetivos também requer preparo e determinação.

“Às vezes o profissional se pergunta por que não foi promovido e se esquece de avaliar se realmente deu o seu melhor para tanto. É preciso superar-se, ir atrás de novidades todos os dias”, observa Cezar Tegon, diretor de novos produtos e serviços da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) – Nacional. Para ele, o que garante o emprego não é o conhecimento técnico, e sim o comportamento de buscar o novo constantemente.

Pé no chão

A renovação inclui o aprendizado com as perdas e a análise frequente de oportunidades e ameaças. Essas características estão atreladas à persistência para alcançar metas, o que às vezes implica “acreditar quando ninguém mais acredita”, determina Tegon.

Foi algo próximo disso o que se percebeu na vitória do nadador francês Laure Manaudou nos 50 metros livre. Ele chegou a Londres pouco cotado, mas convicto de que poderia conseguir uma medalha.

A crença na própria capacidade, porém, não pode ser ilusória. Conhecer os seus limites é importante para não se frustrar e não frustrar o outro – seja ele o chefe, a empresa, o técnico ou a torcida do Brasil. “As pessoas não falam ‘Eu não consigo’, querem ser super-heróis. E sempre veem problemas e deficiências nos outros, e não em si mesmas”,  afirma o consultor da ABRH.

E não raro elas são treinadas nas companhias para que corrijam seus pontos fracos – e não para intensificarem seus pontos fortes, o que é um erro, segundo Tegon.

“Em uma comparação com a Fórmula 1, quando você já viu o Michael Schumacher ser treinado para trocar pneu? Ele treina para dirigir. As pessoas brilham quando estão focadas em suas aptidões. As empresas, ao contrário, buscam as fraquezas de todo mundo para trabalhá-las, querem planificar os funcionários para que façam melhor o que fazem mal”, diz.

Confira cinco lições para alcançar a vitória na carreira:

1. Mantenha o foco no que gosta de fazer

Muitos atletas começam a treinar ainda na infância. As pessoas em geral, porém, nem sempre têm uma convicção tão precoce do trabalho que gostariam de desempenhar. O importante, no caso, é identificar, ainda que não tão cedo, o tipo atividade que realmente o motiva. É nele que deve investir para construir uma carreira de sucesso.

2. Saiba trabalhar em equipe

Mesmo nos esportes individuais, a habilidade em se relacionar é imprescindível para chegar ao pódio – haja vista, por exemplo, a necessidade de o atleta estar em sintonia com seu técnico. Nos esportes coletivos, a exigência de saber interagir com os colegas de profissão é ainda mais evidente. Essa premissa vale ainda para os contatos com membros de outras equipes, uma vez que conhecer e eventualmente incorporar seus métodos também é uma forma de se aprimorar.

3. Mente sã, competência em ação

Tanto nas Olimpíadas como nas empresas, o controle emocional é tão importante quanto o desenvolvimento de competências; é preciso saber lidar com a pressão e as frustrações constantes nesses ambientes. Recuperar-se rapidamente de um baque e tirar lições das derrotas são características fundamentais para se sobressair nas competições esportivas e nas corporativas.

4. Jamais se acomode

Atingir um determinado patamar e achar que ali está à prova de adversários – e de adversidades – é o primeiro passo para a queda. É necessário buscar novos desafios, pois sempre haverá alguém disposto a tomar essa posição. Recordista e bicampeão mundial dos 50 metros livres, o nadador César Cielo talvez não imaginasse que fosse superado por um francês que chegou a Londres pouco cotado.

5. Conheça seus limites

Por mais que você confie no próprio taco, não dá para ser bom em tudo. Aceite que determinadas habilidades não fazem parte de seu DNA, ou acabará frustrando a si mesmo e aos que o rodeiam. Em vez de tentar ser o melhor em provas que exigem competências que não tem, priorize o desenvolvimento de seus pontos fortes.
Publicado em 10/08/2012
Fonte: Site Uol Notícias

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