Qualidades aproveitáveis

Antes de criticar um colega de trabalho, ou mesmo pensar em fazer isso, as pessoas deveriam é meditar sobre o que esse colega pode acrescentar à sua forma de fazer as coisas. Gerações que estão na faixa entre 50 e 60 anos, os chamados baby boomers e os que estão na faixa dos 40, a geração X, estão vendo o ambiente corporativo mudar com a entrada de cada vez mais representantes da geração Y, que, no auge de seus 20 anos, é extremamente ligada à tecnologia e quer tudo "para ontem".

Especialistas em gestão de pessoas afirmam, porém, que essa diversidade é positiva quando uns aproveitam as qualidades dos outros para melhorar a sua forma de trabalhar. Afinal, os mais velhos têm experiência para oferecer, e os mais novos, a rapidez de se adaptar às mudanças constantes exigidas pelo mundo globalizado.

“Um profissional da geração Y, com um ímpeto tão forte de renovar, flexibilizar e diminuir a burocracia nas organizações precisa aprender a ter a paciência necessária para crescer profissionalmente. Pesquisas mostram que a geração Y passa, em média, apenas um ano em cada empresa”, afirma João José Ferreira, administrador e especialista em RH.

De acordo com ele, os Y não entram nas empresas, eles invadem o ambiente corporativo. “Por outro lado, cerca de 30% dos cargos de chefia no país são ocupados por representantes dessa geração, mas mesclar perfis distintos dos profissionais são bem-vindos e contribuem para resultados mais efetivos”, diz.

“Uma empresa composta por profissionais experientes, mas com ímpeto inovador, e mais jovens, mas que não se deixam levar apenas por uma nova ideia, sem viabilidade, é a mistura perfeita, opina João, dizendo que, entretanto, na prática, nem sempre esse convívio é produtivo. “Por serem impacientes e ansiosos demais, às vezes os Y puxam o próprio tapete. Eles se beneficiariam da maturidade emocional, do equilíbrio e da paciência das gerações mais experientes como os X e os baby boomers”.

Segundo Ferreira, na empresa em que trabalha, “muitos dos novatos nem chegam a terminar o programa de trainees, tamanha é a ansiedade por promoção”. Ele afirma que essa postura ansiosa muitas vezes é vista pelos funcionários mais antigos como arrogância. “Quando descobrem que a ascensão levará mais tempo do que imaginavam saem em busca de outro lugar, como se em alguma parte eles fossem conseguir ter uma promoção meteórica. É uma pena, porque às vezes uns se arrependem e querem voltar, mas aí não dá mais”, diz.

João diz ainda que, por outro lado, os mais velhos, no convívio com os Y se beneficiam de sua forma proativa de lidar com tecnologia e de sua criatividade para encontrar soluções inusitadas. “As empresas precisam aprender a considerar a convivência entre essas gerações como mais um componente da diversidade dentro das organizações, e tirar partido das diferenças entre elas”, continua.

João defende a diversidade dentro das empresas, afirmando que ela tem de derrubar os muros da burocracia corporativa. “É preciso mudar as estratégias, adaptá-las à nova realidade que surge com as tecnologias interativas. A ideia é de troca, de complementaridade e não de confronto”.

O administrador conclui, ressaltando que as corporações devem tirar partido das qualidades de cada geração, mas que isso implica em uma mudança cultural. “Acima de qualquer valor está a visão dos funcionários como geradores de recursos, não como os próprios recursos”.
Escrito por Rita Palladino
Fonte: Site Você S/A

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